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2012 - Livro Vermelho 2013

Galianthe pseudopeciolata E.L.Cabral NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 16-05-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie quase ameaçada no contexto nacional. Planta subarbustiva de campos, em ampla faixa altitudinal (200 a 1600m) e ampla extensão de ocorrência, ca. 162.119,285 km². Área de ocupação conhecida é pequena, 32km², mas o baixo esforço de coleta em sua ampla extensão de ocorrência, faz suspeitar que o número de subpopulações e situações de ameaça sejam bem maiores. Considerada presumivelmente extinta no estado de São Paulo, há coletas da década de 90 no estado e no ano 2000 em Santa Catarina. Sem pressão por uso ou extrativismo. Necessário medidas de pesquisa para mapeamento de subpopulações e conservação, uma vez que seu habitat, os campos naturais estão em constante degradação por conversão de terras para atividades agropecuárias e silviculturais e são vulneráveis ao fogo.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Galianthe pseudopeciolata E.L.Cabral;

Família: Rubiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Bonplandia (Corrientes) 7(1-4): 26. 1993. Espécie assemelha-se a G. valerianoides (Cham. & Schltdl.) E.L. Cabral, ambas vivem em campos baixos, porém G. valerianoides possui folhas de base truncada e obtusa, e ainda possui o caule com tricomas retrorsos (Cabral, 2009).

Distribuição

Espécie ocorre no Paraguai, no Brasil ocorre nos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina; entre 200-1600m de altitude (Cabral; Salas, 2012; Cabral, 2009).

Ecologia

Caracteriza-se pelo hábito subarbustivo, podendo variar de 1-1,7m de altura; o período de floração ocorre entre os meses de Novembro e Fevereiro, e o de frutificação entre Março e Abril (Cabral, 2009).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existepressão sobre seus habitats, seja, entre outros motivos, pela especulaçãoimobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em áreaagrícola (Simões; Lino, 2003).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Atualmentea vegetação predominante no estado (FOD) está descaracterizada e fragmentada, devidoprincipalmente a processos de degradação intensos, sobretudo pelas atividadesde agricultura, ocupação desordenada e extração de carvão mineral, reduzindodrasticamente a vegetação original e resultando em formações secundárias emdiferentes estágios sucessionais (Citadini-Zanetti et al., 2009).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes OEstado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha)de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, a Mata Atlântica no Estadorepresenta cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo dolitoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área doEstado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreasprotegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas(favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária), mineração,extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição daágua, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes àconservação dos remanescentes da Mata Atlântica no estado de São Paulo (Costa, 1997).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Atualmentea base da economia da região do Pantanal é a criação extensiva de gado paracorte, uma vez que a agricultura é pouco recomendada, devido principalmente àsenchentes periódicas e aos solos pouco férteis. A atividade turística vem seexpandindo nos últimos anos, e mais recentemente, em alguns municípios da BAP,têm sido instalados alguns empreendimentos de mineração (IBGE, 1998). Em geral,a pecuária nessa região não apresenta tratos culturais específicos, ocasionandodegradação do solo, principalmente erosão e compactação, além de incêndios,queimadas e desmatamentos para estabelecimento de pastagens.Além disso, a fiscalização precária associada ao desconhecimento da legislaçãoe à falta de conscientização sobre a importância ambiental da região, permitemque atividades predatórias como a pesca e a caça clandestina sejam uma ameaça,exercendo grande pressão sobre a fauna, principalmente nos períodos reprodutivos. As atividades mineradoras, além de gerarem forte impactovisual, causam assoreamento e modificam a trajetória dos corpos dágua,contaminando as bacias com dejetos de diferentes origens e intensificandoprocessos erosivos, com conseqüente descaracterização da paisagem. Esse processo de colonizaçãoaliado à implantação de grandes projetos econômicos, como o gasodutoBrasil-Bolívia, vêm sistematicamente modificando a paisagem pantaneira. A remoção da vegetação, principalmente nos planaltos onde se situamas nascentes dos rios que formam o Pantanal, tem acelerado a destruição doshabitats, sendo a principal causa do assoreamento dos rios na planície e daintensificação das inundações (Harris etal., 2005).

Ações de conservação

1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac, 2003.

- CABRAL, E.L. Revisão sinóptica de Galianthe Subgen. Galianthe (Rubiaceae - Spermacoceae), com uma nova seção., Annals of the Missouri Botanical Garden, v.96, p.27-60, 2009.

- HARRIS, M.B.; ARCANGELO, C.; PINTO, E.C.T.; CAMARGO, G.; RAMOS NETO, M.B.; SILVA, S.M. Estimativas de perda da área natural da Bacia do Alto Paraguai e Pantanal Brasileiro., Campo Grande, 2005.

- COSTA, J.D.B. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo., São Paulo, 1997.

- CITADINI-ZANETTE, V.; DELFINO, R.F.; BRUM-FIGUEIRÓ, A.C.; SANTOS, R. Rubiaceae na recuperação ambiental no sul de Santa Catarina., Revista de Estudos Ambientais, Blumenau, Universidade Regional de Blumenau, v.11, p.71-82, 2009.

- BACIGALUPO, N.M.; CABRAL, E.L. Galianthe (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, p.449-461, 2007.

- CABRAL, E.; SALAS, R. Galianthe pseudopeciolata in Galianthe in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014016>.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL.STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Rubiaceae. 2009. 449-461 p.

Como citar

CNCFlora. Galianthe pseudopeciolata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Galianthe pseudopeciolata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 16/05/2012 - 17:53:50